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O banheiro, por ser um local de muita umidade e com pouca circulação de ar, é o lugar mais contaminado de uma casa e um dos mais propícios para a proliferação de fungos e bactérias. Sendo assim, as escovas de dente tornam-se alvos prioritários desses microrganismos. Ao dar a descarga com a tampa do vaso sanitário aberta, por exemplo, muitas bactérias e fungos se espalham no ambiente através de gotículas minúsculas de água que saem do vaso e se alojam nas cerdas dentárias das escovas que ficam sobre a pia.

Uma pesquisa da Veris Faculdades, em Campinas, realizada por alunas do curso de Ciências Biomédicas, orientadas pela professora de Microbiologia, Rosana Siqueira dos Santos, analisou a presença de diferentes tipos de microrganismos na escova, inclusive coliformes fecais e outras bactérias que podem causar problemas gastrointestinais e febre. O estudo avaliou 10 escovas de dente, metade com dois ou três meses de uso e a outra metade com apenas um mês. Foram encontrados vários tipos de microrganismos nas escovas, uns já esperados como, por exemplo, os coliformes totais e termos tolerantes.

Nas escovas com um mês de uso, os coliformes totais e termos tolerantes prevaleceram nas cerdas, porém houve uma redução significativa em relação aos Estafilococos coagulose negativas e aos boloros e leveduras. Esses microrganismos são causadores de doenças graves em seres humanos, são resistentes a antibióticos e são oportunistas.

Essas bactérias podem ser prejudiciais porque permanecem nas cerdas dentárias que não são higienizadas. A maioria desses microrganismos leva de 20 a 30 minutos para dobrar sua geração e pode permanecer nas escovas até a próxima escovação, então a tendência é aumentar ainda mais a carga de bactérias e fungos nesses objetos. Com esse aumento vem o risco de ocasionar algum problema de saúde nos usuários como o aumento de cáries, a produção de mau hálito, problemas gastrointestinais, febre, entre outros. As pessoas com sistema imunológico debilitado estão mais sujeitas a esses problemas, uma vez que ao ocasionar lesões na mucosa, seja pela escovação ou algum outro problema, esses microrganismos podem cair na corrente sanguínea, e se as células imunológicas do organismo não forem suficientes para eliminá-los, podem se alojar em qualquer órgão do corpo e tornar o problema mais grave.

Higienização das escovas

A higienização das escovas de dente deve ser feita sempre que possível com solução de antisséptico bucal, de preferência, à1 base de clorexidina. Se não for possível, a pessoa pode utilizar o antisséptico com o qual está acostumada. É necessário deixar a escova imersa ou em contato com o produto por 10 minutos. Após lavar a escova, deve-se retirar o excesso de água com várias batidinhas na borda da pia e guardar em ambiente seco. Caso a pessoa não tenha acesso a essas soluções, vale deixar a escova imersa em água fervente por 10 minutos, que terá o mesmo efeito. Para evitar a contaminação, não se deve guardar as escovas molhadas ou deixá-las em cima da pia. É preciso sempre lavá-las e higienizá-las todos os dias ou uma vez por semana, não secá-las em toalhas de banho, rosto ou papel higiênico e guardá-las em ambiente seco.
 

Por Joel Mauri dos Santos*

* Formado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Dr. Joel Mauri dos Santos se dedicou à busca de inovações através de intercâmbios realizados em clínicas dentárias nos anos 80 na Alemanha, Suíça e Estados Unidos. Especialista em Prótese Dentária, fundou na clínica própria um laboratório de prótese e está presente constantemente em congressos internacionais com o objetivo de captar a melhor tecnologia. É membro da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética desde os anos 90 e com mais de 30 anos de experiência, visualiza um contínuo crescimento e recursos que possam dignificar e favorecer o ser humano.